Quanto tempo! Correrias pra lá e pra cá, é assim que tem sido a minha vida por aqui. Muita coisa se passou.
Finalmente fiz minha mudança e não mais terei as caminhadas diárias de 12 minutos e meio (cada, e sem carregar compras!) contadas no relógio. Não tinha idéia como dava trabalho fazer uma mudança. Tive a sorte de encontrar com um francês, no meio do trote dos PPA (Petite Première Anée, calouros aqui)que ofereceu ajuda com seu carro. Ainda assim foram preciso mais duas viagens a pé!
Já deu tempo também das aulas de francês começarem e terminarem. A professora de certa forma encrencou comigo. Às vezes com razão, às vezes sem. Realmente chegava atrasado em algumas aulas e matei algumas aulas por bons e maus motivos, por viagens ou burocracias. Nas pausas entre as aulas, no térreo, escutava-se um chiado branco, provindo de diversas línguas que se confundiam ao mesmo tempo com diversos sotaque: português, carioquês, polonês, alemão, espanhol, basco, catalão, finlandês, norueguês e sueco. Isso tudo misturado com uma pitada de francês que era o denominador comum nessa história, algumas vezes misturado com uma dose de inglês.
Algumas vezes, ainda, acordo no meio da noite com uns sonhos e pesadelos estranhos, tão rápidos que só me dão o tempo de perceber que os tive. Acordo pensando que ainda estou em casa, ou até mesmo esquecendo do que tenho que fazer. Dormir tem sido um momento esquisito. Chego cansado na cama e não me aguento dois minutos acordado mas, ainda assim, meu cérebro tira energias para montar essas imagens bizarras que me acordam como piscares de olho repentinos.
Entre as viagens, fui para Barcelona e pude conhecer uma parte de lá que ainda não tinha visitado! Passei duas noites lá com Artur, Henrique, dois espanhóis e um libanês-tranquilão-que-apóia-o-Hezbollah. Fomos e voltamos de trem. É sempre difícil viajar em um grupo grande, com pessoas que você não conhece bem. Ritmos e vontades diferentes em alguns momentos geram pequenas discussões que acabam por atrasar ainda mais a viagem. Mesmo assim conseguimos curtir as vidas diurnas e noturnas de Barcelona. Ficamos em um albergue BBB (Bom, Brasileiro e Barato) perto da Sagrada Família. Impressionante como tem brasileiro por toda a parte na Europa! Somos uma séria ameaça ao domínio chinês! Nesse albergue pelo menos só o staff era brasileiro e deu um gás na galera para as duas saídas organizadas lá. Fomos com eles na primeira noite, mas não na segunda; porque também, saída organizada de albergue cheira a gringaiada na certa!
A burocracia francesa encontrou um grande aliado às sua forças: as minhas confusões! Nada melhor que juntar as papeladas francófonas com endereços errados (3 vezes, incluindo a mudança de endereço!). Como se não bastasse, a companhia telefônica com a qual ia fazer um forfait continua pedindo um documento que não é mais necessário para mim a partir desse ano! Ê-laiá... E quando se encontra uma solução, quer seja abrir a minha conta no nome do Diego (que tinha esse documento) para depois mudar ou ir em uma loja que pegue um vendedor ingênuo e desprevenido; lá vem Murphy: cartão não passa ou computador do cadastro da loja dá pau!
Enfim, só consegui resolver tudo com um mês de atraso. Deu tempo para os franceses chegarem e as festas e trotes começarem. Houve aqui a semana de integração (eufemismo para trote!) acompanhada por festas todos os dias. Finalizou com o Boom, festa mensal daqui que, reza a lenda, agrupa mais de mil pessoas na boite do campus nos seus dias mais cheios. Foi só os franceses chegarem que eu percebi um pouco da natureza humana aqui. É inevitável que se separassem em grupos de conhecidos e excluíssem os outros um pouco. Foi necessário uma certa tática de infiltração de gringos em conjuto! A diferença aqui, em relação à PUC pelo menos, é o suporte ai estrangeiro. Realmente, acho que pelo fato de aqui ter uns 20% ou 30% de gringos na universidade, tem um pessoal bem simpático e acolhedor! Imagino que deva ser um pouco desgastante pra eles ter que falar na metade da velocidade aquilo que eles poderiam dizer na metade do tempo. Talvez por isso que os Erasmus & Cia. fiquem mais juntos compartilhando a lerdeza de comunicação.
E, finalmente, as aulas de fato! Começaram quinta-feira dia 10/09/09, um dia depois da previsão apocalíptica. Quinta e sexta passaram bem rapidamente, sem muita matéria, mais uma introdução ao curso mesmo. Sexta, c’est parti à Biarritz! Alugamos um carro em meio à normal enrolação e a falta de comunicação francesa da empresa (n)ADA. Uma vez pra nunca mais com eles! O importante é que deu tudo certo! Dessa vez fui com Artur, Henrique e dois-portugueses-João-gente-finas! Eu e henrique no volante! A melhor coisa que fizemos foi ter ido de carro! Pudemos conhecer diversas praias pela costa no pouco tempo em que lá estivemos, além da aventura de dirigir na Europa! Bem, as estradas realmente eram muito boas e o pessoal aqui respeita as leis de trânsito (salvo alguns casos, obviamente), e, o mais impressionante: não buzinam nem piscam o farol! No máximo uma seta tímida pra esquerda indicado que querem ultrapassar. No domingo, após ter encontrado com mais uma galera do INSA que estava lá também, de volta à realidade Toulousaine.
Nesse mês e meio que passou, pude perceber como se deu a adaptação de todo mundo aqui. Começou a correria e o tempo para angústia agora é pouco. A idéia de aproveitar ao máximo todo o tempo é presente em contraste com a aula na manhã do dia seguinte. A galera Erasmus tem ficado bem junta mesmo. Pode-se ver isso na hora do almoço no RU (Restaurante Universitário, leia-se rrúú, com biquinho), umas mesas com o pessoal Erasmus e duplo-diploma, uma mesa para os noruegueses do NORGINSA (eles fazem os 5 anos de universidade e passam quase todo o tempo junto) e as outras com uns gringos jogados e, finalmente, os franceses. No primeiro almoço no RU com todos os estudantes lembrei o que o Artur falou pra mim uma vez: “Cara, depois de almoçar no RU eu me senti orgulhoso das filas brasileiras”. E é verdade! A entrada é um amontoado de gente, não se sabendo o que é fila, o que é social ou o que é gente furando fila.
Fora isso, tenho ficado um tempo com uns franceses também. Teve uma quarta-feira que até joguei Rugby com eles após ter jogado tênis. Rugby aqui é o esporte mais prestigiado na cidade. Toulouse é um dos melhores times da Europa e, aqui, todo campo de futebol também é um campo de Rugby. O meu jogo foi bem tranquilo, sem muita violência! 5 contra 5. Sem saber direito as regras, mais na correria mesmo, fiz até um Touchdown! Amanhã tem de novo, vamos ver no que dá.
Por fim, ontem voltei da Oktoberfest em Munique. Perdi a aula de sexta-feira e segunda-feira. Cometi a garoteada de errar o dia do voo na hora de comprar a passagem pela Internet. Tive que voltar de trem de Lyon e acabei chegando aqui ontem de noite. O meu primeiro dia, quinta, foi também a minha primeira experiência com o couchsurfing. Fiquei na casa de um casal francês simpático. Como era no meio da semana e eu cheguei lá à noite, não pudemos fazer muita coisa se não um pequeno tour pelos arredores, incluindo a terceira maior praça da França que não tem absolutamente nada! A casa deles tinha um visual incrível para o Hotel de Ville, bem no centrão turístico de Lyon mesmo! J’ai eu de la chance! Por não ter feito ada de muito agitado em Lyon, acordei bem na sexta para pegar o avião para Munique. Na sexta ainda, esperamos todos chegarem no aeroporto e chegamos no centro da cidade, após despejar as coisas na casa da Karen/Cíntia. Marienplatz é um lugar turístico bem agradável e mais uma vez me deparei com a dificuldade de viajar em grupo. Pequenos grupos se separando, vontades diferentes, e decisões mudando toda a hora. Acabamos não conhecendo muito nesse primeiro dia. Dormimos todos em um quarto um pouco menor que o meu com nossos respectivos sacos de dormir. Realmente foi super gentil delas de ceder a casa para ficarmos em plena agitação da Oktober! O primeiro dia da Oktoberfest me decepcionou um pouco. Chegamos bem cedo, sete e meia, e fomos barrados pelo segurança na porta pois o lugar já estava cheio. O primeiro dia, soubemos, é sempre o mais cheio devido à presença do prefeito para inaugurar o evento. O prefeito, de boa, dorme até umas 11h em sua mansão enquanto todos os aspirantes a bêbados esperam na fila pela Vossa Excelência acordar e chegar de carruagem no parque de diversões para abrir a festa com o primeiro brinde. Prost! Após tanto suar para entrar na tenda, caí em uma encurralada de seguranças da Nikon (não me perguntem porquê) que direcionavam as pessoas pra fora com cordões de isolamento. Me vi fora da tenda e, sem nada pra fazer e sem poder entrar de novo, resolvi passear pela cidade. Acabou sendo ótimo, pois pude fazer no meu tempo e conhecer tudo, o que me rendeu algumas boas fotos! Realmente gostei do clima de Munique! Bem organizada, apesar de um pouco menos que em Berlim e bem simpática também. Deu pra fugir um pouco do clima turístico da Oktoberfest. Na noite do mesmo dia, fomos num lugar com algumas boites e fomos mais uma vez barrados por seguranças-babacas-enganadores-de-gringos! Se eles tivessem um pouco mais de cérebro, perceberiam que nunca mais voltaremos lá devido à essa mesma atitude. Enfim, Domingo sim foi bom. Chegamos ainda mais cedo e entramos na tenda mais badalada! Ficamos lá até de tardinha acompanhados de Maβ, Salsichões, e Bávaros. Pegamos uma mesa de brasileiros e, conforme foi passando o tempo, a banda começou a tocar e nos dispersamos um pouco. Cada pessoal foi para um tenda diferente em tempos diferentes, mas todo mundo se encontrou na Hofbräu mais tarde, coincidentemente. Ao som de Queen, AC/DC, Robie Williams, Creedence Clearwater Revival e, obviamente as músicas bávaras, o clima nas tendas ficava mais agradável! As pessoas no final, já estavam todas em pé nas cadeiras (pois na mesa é proibido!) tentando se equilibrar. Alguns tombos foram inevitáveis, mas, no geral, os acidentes e confusões foram poucos e o clima bom prevaleceu!
Fora isso, tenho ficado um tempo com uns franceses também. Teve uma quarta-feira que até joguei Rugby com eles após ter jogado tênis. Rugby aqui é o esporte mais prestigiado na cidade. Toulouse é um dos melhores times da Europa e, aqui, todo campo de futebol também é um campo de Rugby. O meu jogo foi bem tranquilo, sem muita violência! 5 contra 5. Sem saber direito as regras, mais na correria mesmo, fiz até um Touchdown! Amanhã tem de novo, vamos ver no que dá.
Por fim, ontem voltei da Oktoberfest em Munique. Perdi a aula de sexta-feira e segunda-feira. Cometi a garoteada de errar o dia do voo na hora de comprar a passagem pela Internet. Tive que voltar de trem de Lyon e acabei chegando aqui ontem de noite. O meu primeiro dia, quinta, foi também a minha primeira experiência com o couchsurfing. Fiquei na casa de um casal francês simpático. Como era no meio da semana e eu cheguei lá à noite, não pudemos fazer muita coisa se não um pequeno tour pelos arredores, incluindo a terceira maior praça da França que não tem absolutamente nada! A casa deles tinha um visual incrível para o Hotel de Ville, bem no centrão turístico de Lyon mesmo! J’ai eu de la chance! Por não ter feito ada de muito agitado em Lyon, acordei bem na sexta para pegar o avião para Munique. Na sexta ainda, esperamos todos chegarem no aeroporto e chegamos no centro da cidade, após despejar as coisas na casa da Karen/Cíntia. Marienplatz é um lugar turístico bem agradável e mais uma vez me deparei com a dificuldade de viajar em grupo. Pequenos grupos se separando, vontades diferentes, e decisões mudando toda a hora. Acabamos não conhecendo muito nesse primeiro dia. Dormimos todos em um quarto um pouco menor que o meu com nossos respectivos sacos de dormir. Realmente foi super gentil delas de ceder a casa para ficarmos em plena agitação da Oktober! O primeiro dia da Oktoberfest me decepcionou um pouco. Chegamos bem cedo, sete e meia, e fomos barrados pelo segurança na porta pois o lugar já estava cheio. O primeiro dia, soubemos, é sempre o mais cheio devido à presença do prefeito para inaugurar o evento. O prefeito, de boa, dorme até umas 11h em sua mansão enquanto todos os aspirantes a bêbados esperam na fila pela Vossa Excelência acordar e chegar de carruagem no parque de diversões para abrir a festa com o primeiro brinde. Prost! Após tanto suar para entrar na tenda, caí em uma encurralada de seguranças da Nikon (não me perguntem porquê) que direcionavam as pessoas pra fora com cordões de isolamento. Me vi fora da tenda e, sem nada pra fazer e sem poder entrar de novo, resolvi passear pela cidade. Acabou sendo ótimo, pois pude fazer no meu tempo e conhecer tudo, o que me rendeu algumas boas fotos! Realmente gostei do clima de Munique! Bem organizada, apesar de um pouco menos que em Berlim e bem simpática também. Deu pra fugir um pouco do clima turístico da Oktoberfest. Na noite do mesmo dia, fomos num lugar com algumas boites e fomos mais uma vez barrados por seguranças-babacas-enganadores-de-gringos! Se eles tivessem um pouco mais de cérebro, perceberiam que nunca mais voltaremos lá devido à essa mesma atitude. Enfim, Domingo sim foi bom. Chegamos ainda mais cedo e entramos na tenda mais badalada! Ficamos lá até de tardinha acompanhados de Maβ, Salsichões, e Bávaros. Pegamos uma mesa de brasileiros e, conforme foi passando o tempo, a banda começou a tocar e nos dispersamos um pouco. Cada pessoal foi para um tenda diferente em tempos diferentes, mas todo mundo se encontrou na Hofbräu mais tarde, coincidentemente. Ao som de Queen, AC/DC, Robie Williams, Creedence Clearwater Revival e, obviamente as músicas bávaras, o clima nas tendas ficava mais agradável! As pessoas no final, já estavam todas em pé nas cadeiras (pois na mesa é proibido!) tentando se equilibrar. Alguns tombos foram inevitáveis, mas, no geral, os acidentes e confusões foram poucos e o clima bom prevaleceu!
Segunda-feira, em meio às confusões de horários, estou de volta à rotina-que-sempre-muda. Tentando agora organizar meus tempos de estudo e as próximas viagens! Escandinávia e Leste Europeu aí vamos nós! Livros e biblioteca, também (assim espero)!