E foi assim. Uma última apresentação de um projeto de todo o semestre sexta-feira de manhã e acabou-se. Não foram poucas as despedidas. Uma no restaurante quarta-feira passada, só a nossa turma fantasiada de prisioneiro; uma sexta-feira passada, todas as turmas do 5º ano em disfarce livre; outra na boom no mesmo dia; uma gallete com os representantes do departamento e, finalmente hoje a despedida oficial. O clima nostálgico foi se amenizando até que hoje, quando olho pro lado, todos já tinham deixado a sala de apresentação após ter aproveitado de um banquete de quiche, coca e vinho. Foi sem dúvida a mais rápida das despedidas e a mais impactante. Obviamente algumas frases clichês (ou nem tanto) do tipo “vamos manter contato”, “vem me visitar” ou um simples “boa sorte e de repente nos vemos”.
Depois de um ano e meio, resta apenas o estágio de fim de ano e uma eventual viagem pela Ásia em uma última odisseia desta grande experiência, Ao contrário dos franceses da minha sala eu ainda tenho um caminho guiado a realizar. Para mim o abismo da vida real ainda não foi atingido. Um semestre a mais no Brasil e aí sim... No entanto o futuro continua incerto. Muita coisa se passou e basicamente tudo na minha vida mudou. O meu grande objetivo de tentar uma imersão no mundo eletrônico-musical nos EUA ainda não foi realizado. Em seu lugar, um estágio em uma pequena empresa em Toulouse após alguns problemas burocráticos envolvendo negociação do salário. Apesar de ainda ficar em Toulouse, muita coisa ainda deve mudar por aqui.
A começar por mim mesmo com mais três amigos: Enric, Eric e Nicolo. Devemos nos mudar para um apartamento mais perto do centro da cidade para aproveitar ao máximo esta última empreitada na Cidade Rosa. Quando paro para pensar e fazer um balanço de tudo o que eu passei aqui até o momento, nunca chego à mesma conclusão. Conheci ao mesmo tempo muita e pouca gente, situações inusitadas, situações rotineiras, estudo, estágio, estudo, estágio. Creio que passei a me acostumar com a cidade somente após um ano de estadia. No começo estava mais apressado, viajando todo final de semana, saindo todos os dias, estudando bastante; tudo era mais intenso. Agora tenho a impressão que reduzi pela metade o ritmo de vida e que dobrei o tempo de reflexão/ócio.
Essa nova e estranha contagem regressiva só serve para reinforçar a incerteza que me acompanha durante todo este intercâmbio. De certo que vou voltar muito mais maduro do que cheguei, mas ao mesmo tempo a palavra “futuro” continua fora de foco dentro da minha cabeça. Não sinto essa necessidade de voltar para o Brasil pelo país em si. Não acho a pessoa simpática e de mente aberta só porque ela é brasileira. Me sinto incomodado quando sento, rio e concordo com tudo e qualquer besteira que um brasileiro conta só pelo fato de vir do mesmo país e estar na mesma situação. Acho que esse riso, aliás, vem de uma resposta automática do cérebro, que se conforta ao escutar finalmente a língua materna. Não sou um sociólogo especialista em favelas nem tampouco uma socialight metida a socióloga que samba e desfila no sambódromo durante o carnaval. No entanto aqui eu pareço um expert nesses dois quesitos. Também não pertenço à França. Logo aqui na minha frente tem uma mapa mundi preso na parede e eu tenho vontade de experimentar cada região nele contida. Agora, só adicionar “vida profissional”, “dinheiro” e “relação pessoal” que esse futuro fica incerto.
Depois de um ano e meio, resta apenas o estágio de fim de ano e uma eventual viagem pela Ásia em uma última odisseia desta grande experiência, Ao contrário dos franceses da minha sala eu ainda tenho um caminho guiado a realizar. Para mim o abismo da vida real ainda não foi atingido. Um semestre a mais no Brasil e aí sim... No entanto o futuro continua incerto. Muita coisa se passou e basicamente tudo na minha vida mudou. O meu grande objetivo de tentar uma imersão no mundo eletrônico-musical nos EUA ainda não foi realizado. Em seu lugar, um estágio em uma pequena empresa em Toulouse após alguns problemas burocráticos envolvendo negociação do salário. Apesar de ainda ficar em Toulouse, muita coisa ainda deve mudar por aqui.
A começar por mim mesmo com mais três amigos: Enric, Eric e Nicolo. Devemos nos mudar para um apartamento mais perto do centro da cidade para aproveitar ao máximo esta última empreitada na Cidade Rosa. Quando paro para pensar e fazer um balanço de tudo o que eu passei aqui até o momento, nunca chego à mesma conclusão. Conheci ao mesmo tempo muita e pouca gente, situações inusitadas, situações rotineiras, estudo, estágio, estudo, estágio. Creio que passei a me acostumar com a cidade somente após um ano de estadia. No começo estava mais apressado, viajando todo final de semana, saindo todos os dias, estudando bastante; tudo era mais intenso. Agora tenho a impressão que reduzi pela metade o ritmo de vida e que dobrei o tempo de reflexão/ócio.
Essa nova e estranha contagem regressiva só serve para reinforçar a incerteza que me acompanha durante todo este intercâmbio. De certo que vou voltar muito mais maduro do que cheguei, mas ao mesmo tempo a palavra “futuro” continua fora de foco dentro da minha cabeça. Não sinto essa necessidade de voltar para o Brasil pelo país em si. Não acho a pessoa simpática e de mente aberta só porque ela é brasileira. Me sinto incomodado quando sento, rio e concordo com tudo e qualquer besteira que um brasileiro conta só pelo fato de vir do mesmo país e estar na mesma situação. Acho que esse riso, aliás, vem de uma resposta automática do cérebro, que se conforta ao escutar finalmente a língua materna. Não sou um sociólogo especialista em favelas nem tampouco uma socialight metida a socióloga que samba e desfila no sambódromo durante o carnaval. No entanto aqui eu pareço um expert nesses dois quesitos. Também não pertenço à França. Logo aqui na minha frente tem uma mapa mundi preso na parede e eu tenho vontade de experimentar cada região nele contida. Agora, só adicionar “vida profissional”, “dinheiro” e “relação pessoal” que esse futuro fica incerto.
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