Taí, um dia que pensei que fosse chegar, mas que não pensava muito. Não falo de um dia específico, mas sim como um momento que receava existir. O ano praticamente acabou e, felizmente, sobrevivi. Estou com o corpo moído, mente cansada, aulas finalizadas e meu filme todo filmado – o que me resta agora e olhar para os ultimos dias desse mês e aproveitá-los; já, daqui a pouco, partirei para a Turquia e tenho a certeza que pensarei muito nas amizades e dificuldades desses ultimos meses: na morte, em cada viagem ensolarada a Itaboraí, em cada noite que pensei não saber como fazer, em cada dia que pensei se saberia saber, na cumplicidade maternal, na aproximidade de palavras paternas, naquele abraço forte com choro e pôr-do-sol, na recordação de uma festa e na expectativa de outra.
Tudo foi difícil. Ano próximo será dedicado a consolidar meus projetos e, além da minha monografia, tentar definir meu rumo, pelo menos tentar seguí-lo. Não sinto mais a corda bamba, sigo firme para a base sólida do outro lado. Alguém me espera. Com um sorriso. Para me dar o apoio necessário. A cada passo sindo a corda menos tensionada e a sola do meu pé quase agradece cada avaço que dou. Já sei que não vou cair, ou no caso de, haverá aquela imensa rede para me abraçar e tirar o peso desse equilíbrio indesejável. É assim que estou. Chegando em algum lugar. Onde ainda não sei, mas lá no fundo de tudo meu, sinto que me aproximo. Amanhã. O melhor passaporte que posso ter.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Bajulando de Novo
Toda 3a feira de novembro é motivo para se festejar na França. Em uma bêbada jogada de marketing, a nova safra do Beaujolais Nouveau chega no mercado e nos temas das festas. Traduzindo e resumindo da Wikipedia:
"No 8 de setembro de 1951, o Journal Officiel anuncia que os vinhos de designação de origem só poderão der vendidos a partir do 15 de dezembro. No entanto, após reclamações provindas dos sindicatos vinícolas, uma nota do 13 de novembro precisa as condições sobre as quais certos vinhos podem ser comercializados antes do 15 de dezembro. A partir de então, a designação "Beaujolais Nouveau" foi dada ao vinho"
O conhecimento público ainda acrescenta que o vinho é apelidado carinhosamente de beaujolpif que, ironicamente traduzido, significa nariz do bajulador.
Que vinha o final de ano e que passe a ressaca das provas que já começaram.
"No 8 de setembro de 1951, o Journal Officiel anuncia que os vinhos de designação de origem só poderão der vendidos a partir do 15 de dezembro. No entanto, após reclamações provindas dos sindicatos vinícolas, uma nota do 13 de novembro precisa as condições sobre as quais certos vinhos podem ser comercializados antes do 15 de dezembro. A partir de então, a designação "Beaujolais Nouveau" foi dada ao vinho"
O conhecimento público ainda acrescenta que o vinho é apelidado carinhosamente de beaujolpif que, ironicamente traduzido, significa nariz do bajulador.
Que vinha o final de ano e que passe a ressaca das provas que já começaram.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
breve.
Aquele ar de primavera passou. Também passaram as chuvas, as luas minguantes e crescentes e, agora, esta aparece cheia traçando os contornos da cidade com sua luz azulada. Nesse passar de coisas acabei me desvirtuando de escrever aqui. Parece que estou sentindo muito a vida das pessoas e acreditando como ela é difícil, insólita e transparente para quem tem a sensibilidade de percebê-la. Me senti desacreditado nesse último mês que passou, mas não que isso seja ruim - tem momentos que perder as certezas é um processo de encontrar seus melhores caminhos e elucidar seu pesar no dia-a-dia. Não quero parecer angustiado, pelo contrário, devo dizer que estou feliz; apesar dos milhares de problemas e preocupações que cercam o processo de uma produção cinematográfica, meu filme caminha bem e, em menos de 3 semanas, já estarem em Itaboraí para as filmagens, que, ironicamente tem o tema da angustia como o mote central. Com a serenidade da temperatura que o ar condicionado do meu quarto proporciona, termino esse breve relato nessa noite quente as vésperas do aniversário de um amigo...em commun.
sábado, 17 de outubro de 2009
Loucuras Entre Aspas
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Duas horas da manhã é sempre um momento dilemático pra escrever. Ao som de um playlist relax do computador com a luz na cara e o som da geladeira gelando ao fundo. Dois meses e meio e tudo mudou. O tempo pra escrever vai se estreitando. A quantidade de backspaces para apagar os ‘j’ de viajem e os acentos errados aumentam na mesma medida que o tempo para achar as palavras certas.
Acabou o calor, acabaram os trinta e poucos graus. Começaram as temperaturas de um dígito, com e sem traço. Acabou a moleza de início de aulas introdutórias. Começou a moleza das 7 e meia da manhã, de acordar e se esquentar. Dispersaram os grupos de gringos. Começaram os cafés entre aulas. Começa a fumaça de frio saudável e se junta à constante fumaça do vício europeu. Vejo como se fosse parte do Réquiem para um Sonho. Fim de aula. Corta. Enrola cigarrinho (com barulho de papel ao fundo). Corta. Fumaça (com barulho de sopro ao fundo). Corta. Murmuros incompreensíveis ao fundo. Corta. Risos. Corta. Olhar pro relógio. Corta. Última inspiração e último sopro de fumaça. Corta. Corridinha pra chegar na sala antes do professor. Corta. Bate a porta e um suspiro profundo. Chicletinho na boca, gostinho bom, nada aconteceu.
A cozinha aqui de casa se resumiu em uma verdadeira franquia do Spoleto. Macarrões diversos com um molho diferente para cada dia. O estômago e a geladeira às vezes reclamam roncando, mas se acalmam depois de serem ignorados.
Semana que vem encaro a Escandinávia. Sozinho com os sofás alheios pela primeira vez durante tanto tempo. Como tudo é muito caro por lá, resolvi adotar a tática do couchsurfing que me parece afinal, uma ótima idéia, salvo algumas fotos de perfis bizarras (quem sabe a minha também(?!)). Bem, pelo menos já hospedei duas inglesas simpáticas e fui hospedado por um casal não menos simpático, mas um pouco mais paradado. O suficiente para me sentir mais confiante.
As conversas de skype servem como um jornal das 8, só que sem novela depois. Às vezes entra também um horário político no meio para atrapalhar. As propagandas enchem o saco, só que o fast forward não funciona em tempo real. Nem pra frente nem pra trás, algumas vezes em slow motion, parece que eu me repito e os discos arranham.
Dois meses e meio e algumas coisas não mudaram. Ainda conto o número de afazeres do dia, me lembro do número mas esqueço o que cada um significava; ainda oscilo; ainda não faço a cama só pra mim; ainda acho que todo mundo entende o que eu digo só d’eu pensar; aindinvento; ainda tento rimar; indo acerto; vindo erro; e ainda encho o saco de mim mesmo quando escrevo.
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Duas horas da manhã é sempre um momento dilemático pra escrever. Ao som de um playlist relax do computador com a luz na cara e o som da geladeira gelando ao fundo. Dois meses e meio e tudo mudou. O tempo pra escrever vai se estreitando. A quantidade de backspaces para apagar os ‘j’ de viajem e os acentos errados aumentam na mesma medida que o tempo para achar as palavras certas.
Acabou o calor, acabaram os trinta e poucos graus. Começaram as temperaturas de um dígito, com e sem traço. Acabou a moleza de início de aulas introdutórias. Começou a moleza das 7 e meia da manhã, de acordar e se esquentar. Dispersaram os grupos de gringos. Começaram os cafés entre aulas. Começa a fumaça de frio saudável e se junta à constante fumaça do vício europeu. Vejo como se fosse parte do Réquiem para um Sonho. Fim de aula. Corta. Enrola cigarrinho (com barulho de papel ao fundo). Corta. Fumaça (com barulho de sopro ao fundo). Corta. Murmuros incompreensíveis ao fundo. Corta. Risos. Corta. Olhar pro relógio. Corta. Última inspiração e último sopro de fumaça. Corta. Corridinha pra chegar na sala antes do professor. Corta. Bate a porta e um suspiro profundo. Chicletinho na boca, gostinho bom, nada aconteceu.
A cozinha aqui de casa se resumiu em uma verdadeira franquia do Spoleto. Macarrões diversos com um molho diferente para cada dia. O estômago e a geladeira às vezes reclamam roncando, mas se acalmam depois de serem ignorados.
Semana que vem encaro a Escandinávia. Sozinho com os sofás alheios pela primeira vez durante tanto tempo. Como tudo é muito caro por lá, resolvi adotar a tática do couchsurfing que me parece afinal, uma ótima idéia, salvo algumas fotos de perfis bizarras (quem sabe a minha também(?!)). Bem, pelo menos já hospedei duas inglesas simpáticas e fui hospedado por um casal não menos simpático, mas um pouco mais paradado. O suficiente para me sentir mais confiante.
As conversas de skype servem como um jornal das 8, só que sem novela depois. Às vezes entra também um horário político no meio para atrapalhar. As propagandas enchem o saco, só que o fast forward não funciona em tempo real. Nem pra frente nem pra trás, algumas vezes em slow motion, parece que eu me repito e os discos arranham.
Dois meses e meio e algumas coisas não mudaram. Ainda conto o número de afazeres do dia, me lembro do número mas esqueço o que cada um significava; ainda oscilo; ainda não faço a cama só pra mim; ainda acho que todo mundo entende o que eu digo só d’eu pensar; aindinvento; ainda tento rimar; indo acerto; vindo erro; e ainda encho o saco de mim mesmo quando escrevo.
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terça-feira, 22 de setembro de 2009
Torre de Babel
Quanto tempo! Correrias pra lá e pra cá, é assim que tem sido a minha vida por aqui. Muita coisa se passou.
Finalmente fiz minha mudança e não mais terei as caminhadas diárias de 12 minutos e meio (cada, e sem carregar compras!) contadas no relógio. Não tinha idéia como dava trabalho fazer uma mudança. Tive a sorte de encontrar com um francês, no meio do trote dos PPA (Petite Première Anée, calouros aqui)que ofereceu ajuda com seu carro. Ainda assim foram preciso mais duas viagens a pé!
Já deu tempo também das aulas de francês começarem e terminarem. A professora de certa forma encrencou comigo. Às vezes com razão, às vezes sem. Realmente chegava atrasado em algumas aulas e matei algumas aulas por bons e maus motivos, por viagens ou burocracias. Nas pausas entre as aulas, no térreo, escutava-se um chiado branco, provindo de diversas línguas que se confundiam ao mesmo tempo com diversos sotaque: português, carioquês, polonês, alemão, espanhol, basco, catalão, finlandês, norueguês e sueco. Isso tudo misturado com uma pitada de francês que era o denominador comum nessa história, algumas vezes misturado com uma dose de inglês.
Algumas vezes, ainda, acordo no meio da noite com uns sonhos e pesadelos estranhos, tão rápidos que só me dão o tempo de perceber que os tive. Acordo pensando que ainda estou em casa, ou até mesmo esquecendo do que tenho que fazer. Dormir tem sido um momento esquisito. Chego cansado na cama e não me aguento dois minutos acordado mas, ainda assim, meu cérebro tira energias para montar essas imagens bizarras que me acordam como piscares de olho repentinos.
Entre as viagens, fui para Barcelona e pude conhecer uma parte de lá que ainda não tinha visitado! Passei duas noites lá com Artur, Henrique, dois espanhóis e um libanês-tranquilão-que-apóia-o-Hezbollah. Fomos e voltamos de trem. É sempre difícil viajar em um grupo grande, com pessoas que você não conhece bem. Ritmos e vontades diferentes em alguns momentos geram pequenas discussões que acabam por atrasar ainda mais a viagem. Mesmo assim conseguimos curtir as vidas diurnas e noturnas de Barcelona. Ficamos em um albergue BBB (Bom, Brasileiro e Barato) perto da Sagrada Família. Impressionante como tem brasileiro por toda a parte na Europa! Somos uma séria ameaça ao domínio chinês! Nesse albergue pelo menos só o staff era brasileiro e deu um gás na galera para as duas saídas organizadas lá. Fomos com eles na primeira noite, mas não na segunda; porque também, saída organizada de albergue cheira a gringaiada na certa!
A burocracia francesa encontrou um grande aliado às sua forças: as minhas confusões! Nada melhor que juntar as papeladas francófonas com endereços errados (3 vezes, incluindo a mudança de endereço!). Como se não bastasse, a companhia telefônica com a qual ia fazer um forfait continua pedindo um documento que não é mais necessário para mim a partir desse ano! Ê-laiá... E quando se encontra uma solução, quer seja abrir a minha conta no nome do Diego (que tinha esse documento) para depois mudar ou ir em uma loja que pegue um vendedor ingênuo e desprevenido; lá vem Murphy: cartão não passa ou computador do cadastro da loja dá pau!
Enfim, só consegui resolver tudo com um mês de atraso. Deu tempo para os franceses chegarem e as festas e trotes começarem. Houve aqui a semana de integração (eufemismo para trote!) acompanhada por festas todos os dias. Finalizou com o Boom, festa mensal daqui que, reza a lenda, agrupa mais de mil pessoas na boite do campus nos seus dias mais cheios. Foi só os franceses chegarem que eu percebi um pouco da natureza humana aqui. É inevitável que se separassem em grupos de conhecidos e excluíssem os outros um pouco. Foi necessário uma certa tática de infiltração de gringos em conjuto! A diferença aqui, em relação à PUC pelo menos, é o suporte ai estrangeiro. Realmente, acho que pelo fato de aqui ter uns 20% ou 30% de gringos na universidade, tem um pessoal bem simpático e acolhedor! Imagino que deva ser um pouco desgastante pra eles ter que falar na metade da velocidade aquilo que eles poderiam dizer na metade do tempo. Talvez por isso que os Erasmus & Cia. fiquem mais juntos compartilhando a lerdeza de comunicação.
E, finalmente, as aulas de fato! Começaram quinta-feira dia 10/09/09, um dia depois da previsão apocalíptica. Quinta e sexta passaram bem rapidamente, sem muita matéria, mais uma introdução ao curso mesmo. Sexta, c’est parti à Biarritz! Alugamos um carro em meio à normal enrolação e a falta de comunicação francesa da empresa (n)ADA. Uma vez pra nunca mais com eles! O importante é que deu tudo certo! Dessa vez fui com Artur, Henrique e dois-portugueses-João-gente-finas! Eu e henrique no volante! A melhor coisa que fizemos foi ter ido de carro! Pudemos conhecer diversas praias pela costa no pouco tempo em que lá estivemos, além da aventura de dirigir na Europa! Bem, as estradas realmente eram muito boas e o pessoal aqui respeita as leis de trânsito (salvo alguns casos, obviamente), e, o mais impressionante: não buzinam nem piscam o farol! No máximo uma seta tímida pra esquerda indicado que querem ultrapassar. No domingo, após ter encontrado com mais uma galera do INSA que estava lá também, de volta à realidade Toulousaine.
Nesse mês e meio que passou, pude perceber como se deu a adaptação de todo mundo aqui. Começou a correria e o tempo para angústia agora é pouco. A idéia de aproveitar ao máximo todo o tempo é presente em contraste com a aula na manhã do dia seguinte. A galera Erasmus tem ficado bem junta mesmo. Pode-se ver isso na hora do almoço no RU (Restaurante Universitário, leia-se rrúú, com biquinho), umas mesas com o pessoal Erasmus e duplo-diploma, uma mesa para os noruegueses do NORGINSA (eles fazem os 5 anos de universidade e passam quase todo o tempo junto) e as outras com uns gringos jogados e, finalmente, os franceses. No primeiro almoço no RU com todos os estudantes lembrei o que o Artur falou pra mim uma vez: “Cara, depois de almoçar no RU eu me senti orgulhoso das filas brasileiras”. E é verdade! A entrada é um amontoado de gente, não se sabendo o que é fila, o que é social ou o que é gente furando fila.
Fora isso, tenho ficado um tempo com uns franceses também. Teve uma quarta-feira que até joguei Rugby com eles após ter jogado tênis. Rugby aqui é o esporte mais prestigiado na cidade. Toulouse é um dos melhores times da Europa e, aqui, todo campo de futebol também é um campo de Rugby. O meu jogo foi bem tranquilo, sem muita violência! 5 contra 5. Sem saber direito as regras, mais na correria mesmo, fiz até um Touchdown! Amanhã tem de novo, vamos ver no que dá.
Por fim, ontem voltei da Oktoberfest em Munique. Perdi a aula de sexta-feira e segunda-feira. Cometi a garoteada de errar o dia do voo na hora de comprar a passagem pela Internet. Tive que voltar de trem de Lyon e acabei chegando aqui ontem de noite. O meu primeiro dia, quinta, foi também a minha primeira experiência com o couchsurfing. Fiquei na casa de um casal francês simpático. Como era no meio da semana e eu cheguei lá à noite, não pudemos fazer muita coisa se não um pequeno tour pelos arredores, incluindo a terceira maior praça da França que não tem absolutamente nada! A casa deles tinha um visual incrível para o Hotel de Ville, bem no centrão turístico de Lyon mesmo! J’ai eu de la chance! Por não ter feito ada de muito agitado em Lyon, acordei bem na sexta para pegar o avião para Munique. Na sexta ainda, esperamos todos chegarem no aeroporto e chegamos no centro da cidade, após despejar as coisas na casa da Karen/Cíntia. Marienplatz é um lugar turístico bem agradável e mais uma vez me deparei com a dificuldade de viajar em grupo. Pequenos grupos se separando, vontades diferentes, e decisões mudando toda a hora. Acabamos não conhecendo muito nesse primeiro dia. Dormimos todos em um quarto um pouco menor que o meu com nossos respectivos sacos de dormir. Realmente foi super gentil delas de ceder a casa para ficarmos em plena agitação da Oktober! O primeiro dia da Oktoberfest me decepcionou um pouco. Chegamos bem cedo, sete e meia, e fomos barrados pelo segurança na porta pois o lugar já estava cheio. O primeiro dia, soubemos, é sempre o mais cheio devido à presença do prefeito para inaugurar o evento. O prefeito, de boa, dorme até umas 11h em sua mansão enquanto todos os aspirantes a bêbados esperam na fila pela Vossa Excelência acordar e chegar de carruagem no parque de diversões para abrir a festa com o primeiro brinde. Prost! Após tanto suar para entrar na tenda, caí em uma encurralada de seguranças da Nikon (não me perguntem porquê) que direcionavam as pessoas pra fora com cordões de isolamento. Me vi fora da tenda e, sem nada pra fazer e sem poder entrar de novo, resolvi passear pela cidade. Acabou sendo ótimo, pois pude fazer no meu tempo e conhecer tudo, o que me rendeu algumas boas fotos! Realmente gostei do clima de Munique! Bem organizada, apesar de um pouco menos que em Berlim e bem simpática também. Deu pra fugir um pouco do clima turístico da Oktoberfest. Na noite do mesmo dia, fomos num lugar com algumas boites e fomos mais uma vez barrados por seguranças-babacas-enganadores-de-gringos! Se eles tivessem um pouco mais de cérebro, perceberiam que nunca mais voltaremos lá devido à essa mesma atitude. Enfim, Domingo sim foi bom. Chegamos ainda mais cedo e entramos na tenda mais badalada! Ficamos lá até de tardinha acompanhados de Maβ, Salsichões, e Bávaros. Pegamos uma mesa de brasileiros e, conforme foi passando o tempo, a banda começou a tocar e nos dispersamos um pouco. Cada pessoal foi para um tenda diferente em tempos diferentes, mas todo mundo se encontrou na Hofbräu mais tarde, coincidentemente. Ao som de Queen, AC/DC, Robie Williams, Creedence Clearwater Revival e, obviamente as músicas bávaras, o clima nas tendas ficava mais agradável! As pessoas no final, já estavam todas em pé nas cadeiras (pois na mesa é proibido!) tentando se equilibrar. Alguns tombos foram inevitáveis, mas, no geral, os acidentes e confusões foram poucos e o clima bom prevaleceu!
Fora isso, tenho ficado um tempo com uns franceses também. Teve uma quarta-feira que até joguei Rugby com eles após ter jogado tênis. Rugby aqui é o esporte mais prestigiado na cidade. Toulouse é um dos melhores times da Europa e, aqui, todo campo de futebol também é um campo de Rugby. O meu jogo foi bem tranquilo, sem muita violência! 5 contra 5. Sem saber direito as regras, mais na correria mesmo, fiz até um Touchdown! Amanhã tem de novo, vamos ver no que dá.
Por fim, ontem voltei da Oktoberfest em Munique. Perdi a aula de sexta-feira e segunda-feira. Cometi a garoteada de errar o dia do voo na hora de comprar a passagem pela Internet. Tive que voltar de trem de Lyon e acabei chegando aqui ontem de noite. O meu primeiro dia, quinta, foi também a minha primeira experiência com o couchsurfing. Fiquei na casa de um casal francês simpático. Como era no meio da semana e eu cheguei lá à noite, não pudemos fazer muita coisa se não um pequeno tour pelos arredores, incluindo a terceira maior praça da França que não tem absolutamente nada! A casa deles tinha um visual incrível para o Hotel de Ville, bem no centrão turístico de Lyon mesmo! J’ai eu de la chance! Por não ter feito ada de muito agitado em Lyon, acordei bem na sexta para pegar o avião para Munique. Na sexta ainda, esperamos todos chegarem no aeroporto e chegamos no centro da cidade, após despejar as coisas na casa da Karen/Cíntia. Marienplatz é um lugar turístico bem agradável e mais uma vez me deparei com a dificuldade de viajar em grupo. Pequenos grupos se separando, vontades diferentes, e decisões mudando toda a hora. Acabamos não conhecendo muito nesse primeiro dia. Dormimos todos em um quarto um pouco menor que o meu com nossos respectivos sacos de dormir. Realmente foi super gentil delas de ceder a casa para ficarmos em plena agitação da Oktober! O primeiro dia da Oktoberfest me decepcionou um pouco. Chegamos bem cedo, sete e meia, e fomos barrados pelo segurança na porta pois o lugar já estava cheio. O primeiro dia, soubemos, é sempre o mais cheio devido à presença do prefeito para inaugurar o evento. O prefeito, de boa, dorme até umas 11h em sua mansão enquanto todos os aspirantes a bêbados esperam na fila pela Vossa Excelência acordar e chegar de carruagem no parque de diversões para abrir a festa com o primeiro brinde. Prost! Após tanto suar para entrar na tenda, caí em uma encurralada de seguranças da Nikon (não me perguntem porquê) que direcionavam as pessoas pra fora com cordões de isolamento. Me vi fora da tenda e, sem nada pra fazer e sem poder entrar de novo, resolvi passear pela cidade. Acabou sendo ótimo, pois pude fazer no meu tempo e conhecer tudo, o que me rendeu algumas boas fotos! Realmente gostei do clima de Munique! Bem organizada, apesar de um pouco menos que em Berlim e bem simpática também. Deu pra fugir um pouco do clima turístico da Oktoberfest. Na noite do mesmo dia, fomos num lugar com algumas boites e fomos mais uma vez barrados por seguranças-babacas-enganadores-de-gringos! Se eles tivessem um pouco mais de cérebro, perceberiam que nunca mais voltaremos lá devido à essa mesma atitude. Enfim, Domingo sim foi bom. Chegamos ainda mais cedo e entramos na tenda mais badalada! Ficamos lá até de tardinha acompanhados de Maβ, Salsichões, e Bávaros. Pegamos uma mesa de brasileiros e, conforme foi passando o tempo, a banda começou a tocar e nos dispersamos um pouco. Cada pessoal foi para um tenda diferente em tempos diferentes, mas todo mundo se encontrou na Hofbräu mais tarde, coincidentemente. Ao som de Queen, AC/DC, Robie Williams, Creedence Clearwater Revival e, obviamente as músicas bávaras, o clima nas tendas ficava mais agradável! As pessoas no final, já estavam todas em pé nas cadeiras (pois na mesa é proibido!) tentando se equilibrar. Alguns tombos foram inevitáveis, mas, no geral, os acidentes e confusões foram poucos e o clima bom prevaleceu!
Segunda-feira, em meio às confusões de horários, estou de volta à rotina-que-sempre-muda. Tentando agora organizar meus tempos de estudo e as próximas viagens! Escandinávia e Leste Europeu aí vamos nós! Livros e biblioteca, também (assim espero)!
sábado, 12 de setembro de 2009
um momento qualquer.
A tosse de minha mãe anuncia a febre que, por sua vez, anuncia o leito em sua cama. Eu, porém, me encontro sentado no quarto esperando um momento melhor do que o atual. Meu dia hoje foi vazio, sem aquela cascada de acontecimentos, encontros, ações e pequenas metas que é característico dos dias úteis da semana. Em um momento casual de colocar a comida dos gatos nos seus potes cruzo com um livro da história da Grécia; nesse dia vazio me reservei atento a leitura de algumas boas páginas construindo, a cada nova palavra, seu antigo povo e crenças que permancem, de alguma forma, constantes no passar das épocas. Me imagino agora desembarcando na cidade que lera e encontrando a dureza da contemporaneidade respirando os pulmões clássicos de suas estruturas. Essa última frase me pareceu um pouco fora de contexto e até brega, mas vou deixá-la. Porque toda história tem seu passado. E, mesmo esse texto estar longe de ser uma história, ele não deixa de ter um passado. Uma hora e trinta e três minutos é o tempo que o Googles map me indica se sair de carro da Gávea rumo a Itaboraí. Amanhã talvez verifique a veracidade dessa informação, que não importa muito. Preciso visitar lugares para meu filme e ver se a cidade tem tudo que preciso. Ando pensando muito no meu projeto e nas responsabilidades que tenho a partir de agora para que tudo de certo. Enfim, não sei muito bem, mas ultimamente ando sem concentração para escrever e por isso há essa falta, por minha parte, de textos no blog - faz tempo que não falo com o Edgar, mas pela igual falta de textos imagino que esteja em um ritmo acelerado com o começo das aulas, com as viagens e as futuras viagens que fará.
No mais, tudo vai.
No mais, tudo vai.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
um dia qualquer.
São 7:53 da manhã de uma segunda-feira qualquer. Em uma sala, qualquer, de uma universidade, a voz do professor adentra de forma involuntária meu aparelho auditivo. Qualquer dia desses mato essa aula! 7:55. O assunto da aula é desinteressante: espaços comunitários. Penso no peixe de espécie qualquer que comi ontem na minha nova cozinha. De lá, mastigando receosamente com medo que uma espinha adentrasse meu céu da boca, ouvia o som de uma partida de futebol. Qualquer que fosse o resultado não afetaria minha rasa espiritualidade futebolística. 8:05. O professor diz: ''...não se pode passar duas vezes no mesmo rio...'', mas um dia qualquer e igual a outro dia qualquer? Se classificarmos a palavra 'qualquer' dentro de uma conjunto de palavras ' quaisquer' fica a cargo do leitor definir seu real sentido. 8:56. Ao lado do Fastway observo o caótico formigueiro humando se esquivando das estreitas estruturas de madeira das tendas montadas para a infernal MostraPuc. 9:26. Caótico também é o trânsito que se forma para entra na faculdade. Os carros buzinam com a esperança que todo o estardalhaço afugente os carros estacionados dos corajosos alunos que se levantaram mais cedo nessa manhã fria. 9:58. Meus sucos gástricos começam a atuar na digestão do meu insólito café-da-manhã. Penso nos alunos que agora, infelizmente, assistem a aula que tivera horas antes. Penso, também, naquela menina de verde que ainda deve estar sentada em seu carro esperando para pagar, posteriormente, cinco reais do estacionamento. Penso em quantas pessoas devem estar lendo, no momento, o tablóide gratuito chamado Destak. 13:23. Passo a língua entre meus dentes, limpando o resto de comida do meu almoço. As horas que se passaram foram repletas de sonhos e a cada acordada tentava remontar em minha cabeça os mínimos detalhes do que vira e vivera. Fico agora no computador e digito mensagens instantâneas para pessoas que não vejo há anos. 15:49. Investigando com os olhos uma tragédia grega - Édipo em Colono. Ao meu lado está um pote vazio de Häagen-Dazs (Belgian Chocolat) comido em rápidos segundos. Olho agora o gato branco que se encontra em minha janela miando carinhosamente como se essa ação fosse um código para se entrar em meu quarto. Me vem agora a mente artistas, distantes de minha época, engajados na busca de uma paz. Rubens. Delacroix. 19:26. Estou ainda em casa enquanto deveria estar entrando pela porta pesada de vidro do meu curso no Leblon. Let's go. 20:57. O professor com o tom mal-humorado libera a turma. Todos saem rapidamente portando seus respectivos celulares em mãos. Inclusive eu. 21:53. Observo sentado os veteranos jogadores fora de forma. A quadra que daqui alguns minutos irei jogar é de sinteco, no qual alguns saem pelos longos anos de descuido. 23:46. Meu olho arde com o suor que escore diretamente. Feliz pelas partidas ganhas, triste por não ter um copo d'água. 00:44. Espero a água do chuveiro esquentar, comer algo e deitar no sofá e assistir o canal 51. 1:28. Escrevo minha ultima frase.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
SEM ACENTO
MALDITO OFFICE QUE EXPIROU. MALDITA INTERNET QUE NAO CHEGA. MAS
ENTRE TODOS OS ENTRAVES TECNOLOGICOS, HA TAMBEM OS BEM DITOS. AS VEZES,
COMO AGORA POR EXEMPLO, AO ESCREVER NO "EDITOR DE TEXTO" DO MOZILLA
THUNDERBIRD, VOLTO AO BRASIL, QUANDO TODOS NO MEU ESTAGIO CRITICAVAM A
MICROSOFT. POIS E, EM MEIO A MOMENTOS NERDS, CA ESTOU ENTRE OS
ENGENHEIROS. COM MAIS E MAIS CHEGANDO, O CAMPUS VAI ENCHENDO. HOJE FOI A
PRIMEIRA AULA DO CURSO DE FRANCES QUE, DE FATO, APRENDEMOS COMO FUNCIONA
A BUROCRACIA FRANCESA. QUATRO PROFESSORAS E UMA AJUDANTE ENSINANDO EM
TRES LINGUAS DIFERENTES COMO PREENCHER TODOS OS PAPEIS. BEM, ISSO DUROU
APROXIMADAMENTE QUATRO HORAS. OBVIAMENTE TIVE QUE FAZER MINHA JA
DESTEMIDA CAMINHADA DESDE O CAMPUS ATE A RESIDENCIA ONDE ESTOU, POIS
HAVIA ESQUECIDO INUMEROS DOCUMENTOS. NESSE MINI COOPER SE PASSAM TRINTA
MINUTOS COM VISTA PARA ALGUNS POUCOS METROS DOS 400 QUILOMETROS DO CANAL
DO MIDI.
NESSE MEIO TEMPO SEM ESCREVER, DUAS VIAGENS: NARBONNE E CARCASSONNE.
EM NARBONNE UM AR BOM. FUI COM O ARTHUR ATE LA, DONDE A PRAIA DISTA 16
QUILOMETROS. INCRIVELMENTE, O MOTORISTA DE ONIBUS CONSEGUIU FAZER ESSE
PERCURSO EM UM TEMPO QUASE RECORDE DE UMA HORA, SO PERDENDO PARA OS
QUENIANOS DA MEIA MARATONA. NO ONIBUS, UMA CENA "SI BIZARRE". UM GRUPO
DE TRES MINI FRANCESES QUE SE "FAISAIENT DE LA PETE" LIGA UM
ULTRATECNOLOGICO CELULAR-RADIO AS ALTURAS PARA, IMAGINO EU, DEMACAR
TERRITORIO. ENTRE ELES, UMA MINI FRANCESA QUE, APOS UMA DISCUSSAO COM UM
SOTAQUE IMCOMPREENSIVEL COM UM DELES SE EXALTA E SAI DO ONIBUS,
ACOMPANHADA PELO GRUPO E POR PALMAS MINHAS E DO ARTUR. PRAIA TRANQUILA,
ESTILO BUZIOS, CLARO SEM CONTAR OS TOPLESS DE SEGUNDA E TERCEIRA IDADE E
AS CASINHAS CHARMOSAS QUE CONTORNAVAM A AREIA. DEPOIS DE UMA ALTINHA COM
BOLA DE HANDBALL IMPROVISADA EM MEIO AOS FRANCESES DE SUNGA-SHORT,
VOLTAMOS PARA TOULOUSE; EU COM UMA MANCHA DE FILTRO SOLAR NO OMBRO. FIZ
JUS A MINHA "VIAGEM DE PAULISTA" PARA A PRAIA.
EM CARCASSONNE, QUE SONO. FIQUEI UM POUCO DESAPONTADO COM A
FORTALEZA E O CASTELO RECONSTRUIDOS. ACHO QUE MINHA EXPECTATIVA ESTAVA
UM POUCO ALTA. FOI OTIMO VIAJAR SOZINHO NO ENTANTO. OUVINDO E VENDO MAIS
O JEITO DE SER DOS FRANCESES E GRINGOS E FALANDO POUCO, PENSANDO
SOZINHO. ME PASSEI POR PORTUGUES E NAO PAGUEI NADA PELA ENTRADA. ENTREI
ENTAO NO CASTELO QUE MAIS PARECIA UMA FEIRA DO SECULO 21. VARIOS
RESTAURANTES E PROMOCOES ESPECIAS PARA NOS, TURISTAS, NO ESTILO MEDIEVAL
DE SER. ACABEI FAZENDO O TOUR RAPIDAMENTE E VOLTEI EM UM TREM MAIS CEDO
QUE O DA PASSAGEM.
DENTRE OUTROS PROGRAMAS NEM UM POUCO CARIOCAS, UMA VISITA PAGA A UMA PISCINA PUBLICA, NA QUAL NAO SE PODE NADAR SEM TOCA. 1,40 EUROS. FUI COM PORTUGUESES, COLOMBIANO E BRASILEIRO. TEM CHEGADO BASTANTES BRASILEIROS POR AQUI. TENTO AJUDAR NA MEDIDA QUE POSSO, TENTANDO DE ALGUMA FORMA RETRIBUIR A AJUDA FORNECIDA A MIM QUANDO CHEGUEI TOTALMENTE PERDIDO.
DESCUBRO QUE HA AINDA VARIAS BUROCRACIAS AINDA NAO RESOLVIDAS E ME
DESESPERO UM POUCO POR DENTRO. SINTO QUE NAO APROVEITEI BEM O TEMPO.
ULTIMAMENTE TENHO FICADO BASTANTE COM OS POUCOS FRANCESES QUE JA ESTAO AQUI NO CAMPUS E TAMBEM ME FORCADO A FALAR FRANCES COM OS
LATINO-AMERICANOS-SEM-DINHEIRO-NO-BANCO.
EM MOMENTOS DE REFLEXAO COMO ESTE FACO O PLANEJAMENTO DAS VIAGENS
QUE PRETENDO FAZER NOS FERIADOS E FERIAS. VIAJO TAMBEM UM POUCO PARA O
BRASIL EM MINHA MENTE. ME FAZ FALTA. QUANDO SOBRE O SOL DE 40 GRAUS DO
VERAO TOULOUSAIN, ME OCUPO COM AFAZERES BASICOS QUE NUNCA TINHA ME
PREOCUPADO: COZINHAR UM POUCO MAIS PARA COMPENSAR A ENERGIA GASTA AO
FAZER AS COMPRAS E NO PROPRIO ATO DE COZINHAR; ECONOMIZAR PAPEL TOALHA;
ARRUMAR A CASA; FAZER A CASA. QUANDO SENTADO AQUI SOZINHO, AO VENTO DO
VENTILADOR, ME DESOCUPO E ANGUSTIO UM POUCO. JA ESTOU EM AULAS, JA PENSO
EM VIAJAR NO MEIO DA SEMANA TENDO QUE MATA-LAS (UM DESCONTO QUE SAO
AULAS DE FRANCES TAMBEM...), CONHECENDO NOVAS PESSOAS, VARIAS LINGUAS,
FICHA CAINDO.
TERMINO A BATALHA CONTRA O TECLADO DE ACENTOS COMPLICADOS DO LAPTOP,
ADAPTAMDO O TEXTO A UNICA MARAVILHA DA GRAMATICA FRANCESA: NAO HA ACENTO SOB LETRAS MAIUSCULAS. VOU PRA A FESTA DE RECEPCAO DE GRINGOS-CALOUROS, VESTINDO A CAMISA DO BRASIL E DESEJANDO UMA MAQUINA DE TELETRANSPORTE.
ENTRE TODOS OS ENTRAVES TECNOLOGICOS, HA TAMBEM OS BEM DITOS. AS VEZES,
COMO AGORA POR EXEMPLO, AO ESCREVER NO "EDITOR DE TEXTO" DO MOZILLA
THUNDERBIRD, VOLTO AO BRASIL, QUANDO TODOS NO MEU ESTAGIO CRITICAVAM A
MICROSOFT. POIS E, EM MEIO A MOMENTOS NERDS, CA ESTOU ENTRE OS
ENGENHEIROS. COM MAIS E MAIS CHEGANDO, O CAMPUS VAI ENCHENDO. HOJE FOI A
PRIMEIRA AULA DO CURSO DE FRANCES QUE, DE FATO, APRENDEMOS COMO FUNCIONA
A BUROCRACIA FRANCESA. QUATRO PROFESSORAS E UMA AJUDANTE ENSINANDO EM
TRES LINGUAS DIFERENTES COMO PREENCHER TODOS OS PAPEIS. BEM, ISSO DUROU
APROXIMADAMENTE QUATRO HORAS. OBVIAMENTE TIVE QUE FAZER MINHA JA
DESTEMIDA CAMINHADA DESDE O CAMPUS ATE A RESIDENCIA ONDE ESTOU, POIS
HAVIA ESQUECIDO INUMEROS DOCUMENTOS. NESSE MINI COOPER SE PASSAM TRINTA
MINUTOS COM VISTA PARA ALGUNS POUCOS METROS DOS 400 QUILOMETROS DO CANAL
DO MIDI.
NESSE MEIO TEMPO SEM ESCREVER, DUAS VIAGENS: NARBONNE E CARCASSONNE.
EM NARBONNE UM AR BOM. FUI COM O ARTHUR ATE LA, DONDE A PRAIA DISTA 16
QUILOMETROS. INCRIVELMENTE, O MOTORISTA DE ONIBUS CONSEGUIU FAZER ESSE
PERCURSO EM UM TEMPO QUASE RECORDE DE UMA HORA, SO PERDENDO PARA OS
QUENIANOS DA MEIA MARATONA. NO ONIBUS, UMA CENA "SI BIZARRE". UM GRUPO
DE TRES MINI FRANCESES QUE SE "FAISAIENT DE LA PETE" LIGA UM
ULTRATECNOLOGICO CELULAR-RADIO AS ALTURAS PARA, IMAGINO EU, DEMACAR
TERRITORIO. ENTRE ELES, UMA MINI FRANCESA QUE, APOS UMA DISCUSSAO COM UM
SOTAQUE IMCOMPREENSIVEL COM UM DELES SE EXALTA E SAI DO ONIBUS,
ACOMPANHADA PELO GRUPO E POR PALMAS MINHAS E DO ARTUR. PRAIA TRANQUILA,
ESTILO BUZIOS, CLARO SEM CONTAR OS TOPLESS DE SEGUNDA E TERCEIRA IDADE E
AS CASINHAS CHARMOSAS QUE CONTORNAVAM A AREIA. DEPOIS DE UMA ALTINHA COM
BOLA DE HANDBALL IMPROVISADA EM MEIO AOS FRANCESES DE SUNGA-SHORT,
VOLTAMOS PARA TOULOUSE; EU COM UMA MANCHA DE FILTRO SOLAR NO OMBRO. FIZ
JUS A MINHA "VIAGEM DE PAULISTA" PARA A PRAIA.
EM CARCASSONNE, QUE SONO. FIQUEI UM POUCO DESAPONTADO COM A
FORTALEZA E O CASTELO RECONSTRUIDOS. ACHO QUE MINHA EXPECTATIVA ESTAVA
UM POUCO ALTA. FOI OTIMO VIAJAR SOZINHO NO ENTANTO. OUVINDO E VENDO MAIS
O JEITO DE SER DOS FRANCESES E GRINGOS E FALANDO POUCO, PENSANDO
SOZINHO. ME PASSEI POR PORTUGUES E NAO PAGUEI NADA PELA ENTRADA. ENTREI
ENTAO NO CASTELO QUE MAIS PARECIA UMA FEIRA DO SECULO 21. VARIOS
RESTAURANTES E PROMOCOES ESPECIAS PARA NOS, TURISTAS, NO ESTILO MEDIEVAL
DE SER. ACABEI FAZENDO O TOUR RAPIDAMENTE E VOLTEI EM UM TREM MAIS CEDO
QUE O DA PASSAGEM.
DENTRE OUTROS PROGRAMAS NEM UM POUCO CARIOCAS, UMA VISITA PAGA A UMA PISCINA PUBLICA, NA QUAL NAO SE PODE NADAR SEM TOCA. 1,40 EUROS. FUI COM PORTUGUESES, COLOMBIANO E BRASILEIRO. TEM CHEGADO BASTANTES BRASILEIROS POR AQUI. TENTO AJUDAR NA MEDIDA QUE POSSO, TENTANDO DE ALGUMA FORMA RETRIBUIR A AJUDA FORNECIDA A MIM QUANDO CHEGUEI TOTALMENTE PERDIDO.
DESCUBRO QUE HA AINDA VARIAS BUROCRACIAS AINDA NAO RESOLVIDAS E ME
DESESPERO UM POUCO POR DENTRO. SINTO QUE NAO APROVEITEI BEM O TEMPO.
ULTIMAMENTE TENHO FICADO BASTANTE COM OS POUCOS FRANCESES QUE JA ESTAO AQUI NO CAMPUS E TAMBEM ME FORCADO A FALAR FRANCES COM OS
LATINO-AMERICANOS-SEM-DINHEIRO-NO-BANCO.
EM MOMENTOS DE REFLEXAO COMO ESTE FACO O PLANEJAMENTO DAS VIAGENS
QUE PRETENDO FAZER NOS FERIADOS E FERIAS. VIAJO TAMBEM UM POUCO PARA O
BRASIL EM MINHA MENTE. ME FAZ FALTA. QUANDO SOBRE O SOL DE 40 GRAUS DO
VERAO TOULOUSAIN, ME OCUPO COM AFAZERES BASICOS QUE NUNCA TINHA ME
PREOCUPADO: COZINHAR UM POUCO MAIS PARA COMPENSAR A ENERGIA GASTA AO
FAZER AS COMPRAS E NO PROPRIO ATO DE COZINHAR; ECONOMIZAR PAPEL TOALHA;
ARRUMAR A CASA; FAZER A CASA. QUANDO SENTADO AQUI SOZINHO, AO VENTO DO
VENTILADOR, ME DESOCUPO E ANGUSTIO UM POUCO. JA ESTOU EM AULAS, JA PENSO
EM VIAJAR NO MEIO DA SEMANA TENDO QUE MATA-LAS (UM DESCONTO QUE SAO
AULAS DE FRANCES TAMBEM...), CONHECENDO NOVAS PESSOAS, VARIAS LINGUAS,
FICHA CAINDO.
TERMINO A BATALHA CONTRA O TECLADO DE ACENTOS COMPLICADOS DO LAPTOP,
ADAPTAMDO O TEXTO A UNICA MARAVILHA DA GRAMATICA FRANCESA: NAO HA ACENTO SOB LETRAS MAIUSCULAS. VOU PRA A FESTA DE RECEPCAO DE GRINGOS-CALOUROS, VESTINDO A CAMISA DO BRASIL E DESEJANDO UMA MAQUINA DE TELETRANSPORTE.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
tudo para o ar.
Meu word não está abrindo e, assim, acabo por escolher o corpo do e-mail como plataforma de escrita para posteriormente fixá-lo nesse blog. Passei as ultimas quatro horas arrumando meu quarto recém pintado, aproveitado essa ocasião da pintura para organizar e jogar fora tudo que não me serve mais. Tenho que admitir que ainda falta muito para terminar o serviço de arrumação, não é que eu seja lerdo, mas nesse processo todo cada papel perdido continha uma história do passado - estranho pensar como dias vividos só existem porque algo material, como um bilhete de um show ou de uma ex-namorada, existe. As vezes acho que minha cabeça precisa ser organizada como faço, no momento, com meu quarto. Mais uma noite se aproxima e, aqui embaixo, fica um post. de um amigo que se diz indiferente. Não o culpo, pois ao lê-lo me vi também mergulhado em sentidos indiferentes. Ontem, fui no teatro com meu pai e amigos ver Moby Dick - um capitão que entende como Deus uma baleia branca e sai em uma longa jornada para matá-la - na saida paguei uns dos sujeitos que cuidou do meu carro e, recusando o convite para ir em um barzinho, voltei pra casa. Sentado no sofá da sala reparei com uma obra modifica sua relação com a casa, o eco que existe nos passos, o cheiro que se torna quase que um veneno, a poeira que fica nas coisas, a mudança da rotina; fiquei lá sentado, olhando, me acostumado com o cheiro da tinta e do selador, com o olhar perdido ao som de algum canal da televisão. O que farei amanha? Quando terminarei meu projeto de filme para a faculdade? Como resolverei o problema em que me meti? Com que panela farei meu ovo mexido?
Os jardins do canal que se bifurca
Aqui em Toulouse enfim. Por enquanto tudo um pouco vazio, com muitos estrangeiros. Se, ao chegar no aeroporto, não fosse o Artur, provavelmente dormiria no gramado do campus. Tudo aqui, ou quase, está fechado depois das 17 horas. Estou sem internet no meu quarto temporário e, pelo visto, sairei daqui mais rápido que a vinda da tecnologia. Em setembro, em meio a alguns sarcasmos dos burocratas franceses, farei minha segunda mudança de apartamento.
Meu corpo anda ocupado pelas idas e voltas entre o campus e o meu apartamento. Ao longo do Canal do Midi, meu percurso agora rotineiro me apresenta surpresas a cada dia. Desde um senhor me oferecendo um picolé de chocolate que sobrara de sua gula até um cachorro surtado, atacando um corredor que passa perto de seu dono que, por acaso, tentava me passar uma informação. O centro daqui me desapontou um pouco. Bem verdade que não pude ter uma visão completa da cidade ainda. Aqui a humanidade não muda. Há mendigos, pixações, pouca iluminação, playboys e hippies, gente fina e grossa, altos e baixos. Aqui, até onde vi, algumas mudanças em relação ao meu cotidiano carioca: não se fuma em lugares fechados, pouco lixo na rua, não há assaltos (até agora e até onde me falaram). Personagens inimagináveis como cortadores de grama que já viajaram pela américa do sul, africanos árabes, brasileiros, asiáticos e, por fim, franceses. Num clima nômade, como kebabs e Quicks que me fazem lembrar de outras viagens. Num clima nômade, carrego os pacotes de papelão com a mudança, na tentativa de me tornar sedentário. Mês que vem a cena se repete, os franceses rindo do meu esporte de carregamento de mala e utensílios domésticos e eu os observando com indiferença se divertindo ao jogar bocha. Como faz falta um caminhao de mudança!
Meu quarto sofreu uma evolução. Com a ajuda sempre bem-vinda de brasileiros acolhedores e de franceses solidário, construo a minha “organização” de utensílios caseiros. O custo de vida aqui me parece um pouco mais caro que o do Rio, surpresa desagradável. O Euro vale ouro. Até pela sacola de supermercado aqui se pega, aqui se paga. Fui de casa sem nada para casa com tudo. Contudo, tenho a impressão de que ainda falta algo, mesmo após as panelas, ventilador, talheres, panos e lixeiras.No final do Canal do Midi, em meio às árvores de seus jardins, uma bifurcação no fim. Sigo pela esquerda. Quando durante a noite, tudo escuro. A solidão de não ter ninguém comigo naquele momento. Essas obviedades me acompanham nesse caminho que percorro, e que sei que percorrerei de volta. No silêncio sinto, e até escuto as batidas do coração. No fundo ele grita pois também está sozinho naquele momento. Estou me adaptando, mas me sinto um pouco indiferente. Sei que tenho toda a ajuda possível aqui mas, ainda assim, não sei por quê, me sinto indiferente.
Meu corpo anda ocupado pelas idas e voltas entre o campus e o meu apartamento. Ao longo do Canal do Midi, meu percurso agora rotineiro me apresenta surpresas a cada dia. Desde um senhor me oferecendo um picolé de chocolate que sobrara de sua gula até um cachorro surtado, atacando um corredor que passa perto de seu dono que, por acaso, tentava me passar uma informação. O centro daqui me desapontou um pouco. Bem verdade que não pude ter uma visão completa da cidade ainda. Aqui a humanidade não muda. Há mendigos, pixações, pouca iluminação, playboys e hippies, gente fina e grossa, altos e baixos. Aqui, até onde vi, algumas mudanças em relação ao meu cotidiano carioca: não se fuma em lugares fechados, pouco lixo na rua, não há assaltos (até agora e até onde me falaram). Personagens inimagináveis como cortadores de grama que já viajaram pela américa do sul, africanos árabes, brasileiros, asiáticos e, por fim, franceses. Num clima nômade, como kebabs e Quicks que me fazem lembrar de outras viagens. Num clima nômade, carrego os pacotes de papelão com a mudança, na tentativa de me tornar sedentário. Mês que vem a cena se repete, os franceses rindo do meu esporte de carregamento de mala e utensílios domésticos e eu os observando com indiferença se divertindo ao jogar bocha. Como faz falta um caminhao de mudança!
Meu quarto sofreu uma evolução. Com a ajuda sempre bem-vinda de brasileiros acolhedores e de franceses solidário, construo a minha “organização” de utensílios caseiros. O custo de vida aqui me parece um pouco mais caro que o do Rio, surpresa desagradável. O Euro vale ouro. Até pela sacola de supermercado aqui se pega, aqui se paga. Fui de casa sem nada para casa com tudo. Contudo, tenho a impressão de que ainda falta algo, mesmo após as panelas, ventilador, talheres, panos e lixeiras.No final do Canal do Midi, em meio às árvores de seus jardins, uma bifurcação no fim. Sigo pela esquerda. Quando durante a noite, tudo escuro. A solidão de não ter ninguém comigo naquele momento. Essas obviedades me acompanham nesse caminho que percorro, e que sei que percorrerei de volta. No silêncio sinto, e até escuto as batidas do coração. No fundo ele grita pois também está sozinho naquele momento. Estou me adaptando, mas me sinto um pouco indiferente. Sei que tenho toda a ajuda possível aqui mas, ainda assim, não sei por quê, me sinto indiferente.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Sobre Tudo
Nunca tive uma despedida efetiva antes. No máximo um pequeno adeus e até daqui a 2 meses. Ao chegar atrasado no aeroporto não pude dar o abraço e beijo que queria sem ser perturbado pelo alerta do funcionário. Como não era nenhum expert, não sabia até que momento ia durar o aperto no coração; que aliás volta agora ao escrever.
Tudo passou como flashes. A chegada no aeroporto. O encontro com a Fernanda. O check-in. O encontro com os amigos. Os choros. Os quase choros. Os parabéns e os consolos. É duro abandonar, mesmo sabendo que vou voltar e que vão me visitar. Na fila depois da entrada do portão para o controle de passaporte era só eu. Olhava pra trás e a parede não era transparente. Não senti vergonha de chorar sozinho. Naquele momento não queria mudar, quase desisti e pulei a barreira de proteção, só de pensar no desconhecido. Quase mesmo.
Em flashes ainda os avisos dos funcionários lá dentro avisando que eu poderia perder o avião. No fundo eu não ligava. Talvez fosse o que eu quisesse. Ainda assim passei, corri, sorri para a senhora que ultrapassei e pediu que eu avisasse para esperarem por ela e pensei na frase incrível vinda de uma pessoa incrível: “Now I get into the wild”. Nem tão selvagem, é verdade.
No avião ainda não estava totalmente recuperado. Não sabia que uma despedida durava tanto assim. O assento não correspondia ao check-in feito em casa, mas pouco importava. Senti falta dos amigos nos assentos ao lado como nas outras viagens. Um boa noite não correspondido para a pessoa ao lado me fez ficar ainda mais indiferente. Ela que ature meu chulé então. Tiro o tênis. Sem chulé. Durmo e acordo algumas vezes. Algumas desesperado. Algumas tranquilo. Devo estar entrando para o guiness das despedidas. Mesma sensação que na fila de controle de passaporte. Só que a barreira agora é a janela.
Uma janta decente. Uma dormida mais longa. E o acendimento das luzes seguido pela abertura da cortina da janela da mulher inconveniente ao lado. Espanhola, depois fui descobrir. Mais intenso era o sol da manhã na minha cara que a luz interna.
A saída do aeroporto foi tranquila. Europa. Quis filmar a saída do avião até a entrada dos Barajas para deixar gravado a sensação de passar pelo mesmo lugar em uma situação diferente. Mas, como meu pai já adivinhou, a bateria da câmera estava descarregada. Rio aqui sozinho sentado no aeroporto de Madri. Wi-fi só paga. Espero que os franceses sejam menos pão-duros.
Não foi duro deixar o Rio. Fiquei pensando na minha última passada pela Lagoa, últimos dias na minha cidade e nada disso me comoveu. As pessoas sim. A primeira garota de quem realmente gostei e amei. O pai no dia dos pais. A mãe coruja. O irmão que resolveu me beijar. O grande amigo desde os três anos que quase chorava mas falava. O grande amigo desde os quinze que quase chorava e não falava. O grande amigo desde a oitava, mais ao fundo. O grande amigo do clube, desde os três, sempre sensato. E eu nesse meio.
Bem, eu volto em até dois anos. O que me tranquilizou até aqui foi a certeza de que aquele sentimento ali. Aquilo não muda, muito menos em dois anos.
Tudo passou como flashes. A chegada no aeroporto. O encontro com a Fernanda. O check-in. O encontro com os amigos. Os choros. Os quase choros. Os parabéns e os consolos. É duro abandonar, mesmo sabendo que vou voltar e que vão me visitar. Na fila depois da entrada do portão para o controle de passaporte era só eu. Olhava pra trás e a parede não era transparente. Não senti vergonha de chorar sozinho. Naquele momento não queria mudar, quase desisti e pulei a barreira de proteção, só de pensar no desconhecido. Quase mesmo.
Em flashes ainda os avisos dos funcionários lá dentro avisando que eu poderia perder o avião. No fundo eu não ligava. Talvez fosse o que eu quisesse. Ainda assim passei, corri, sorri para a senhora que ultrapassei e pediu que eu avisasse para esperarem por ela e pensei na frase incrível vinda de uma pessoa incrível: “Now I get into the wild”. Nem tão selvagem, é verdade.
No avião ainda não estava totalmente recuperado. Não sabia que uma despedida durava tanto assim. O assento não correspondia ao check-in feito em casa, mas pouco importava. Senti falta dos amigos nos assentos ao lado como nas outras viagens. Um boa noite não correspondido para a pessoa ao lado me fez ficar ainda mais indiferente. Ela que ature meu chulé então. Tiro o tênis. Sem chulé. Durmo e acordo algumas vezes. Algumas desesperado. Algumas tranquilo. Devo estar entrando para o guiness das despedidas. Mesma sensação que na fila de controle de passaporte. Só que a barreira agora é a janela.
Uma janta decente. Uma dormida mais longa. E o acendimento das luzes seguido pela abertura da cortina da janela da mulher inconveniente ao lado. Espanhola, depois fui descobrir. Mais intenso era o sol da manhã na minha cara que a luz interna.
A saída do aeroporto foi tranquila. Europa. Quis filmar a saída do avião até a entrada dos Barajas para deixar gravado a sensação de passar pelo mesmo lugar em uma situação diferente. Mas, como meu pai já adivinhou, a bateria da câmera estava descarregada. Rio aqui sozinho sentado no aeroporto de Madri. Wi-fi só paga. Espero que os franceses sejam menos pão-duros.
Não foi duro deixar o Rio. Fiquei pensando na minha última passada pela Lagoa, últimos dias na minha cidade e nada disso me comoveu. As pessoas sim. A primeira garota de quem realmente gostei e amei. O pai no dia dos pais. A mãe coruja. O irmão que resolveu me beijar. O grande amigo desde os três anos que quase chorava mas falava. O grande amigo desde os quinze que quase chorava e não falava. O grande amigo desde a oitava, mais ao fundo. O grande amigo do clube, desde os três, sempre sensato. E eu nesse meio.
Bem, eu volto em até dois anos. O que me tranquilizou até aqui foi a certeza de que aquele sentimento ali. Aquilo não muda, muito menos em dois anos.
domingo, 9 de agosto de 2009
despedida.
É como se materializassem os sentimentos de alegria, tristeza, medo, perda e colocassem todos em um liquidificador. Esse coquetel de sentimentos tomado em jejum me avança pelo sangue e sinto a cada minuto a distância entre nós aumentando. O sal dos olhos cessa e o doce tempo que há por vir cresce.
Espero que esse espaço permaneça ativo.
boa sorte!
Espero que esse espaço permaneça ativo.
boa sorte!
domingo, 2 de agosto de 2009
Festa.
Foi no dia 1 de agosto. Estou sentado de banho tomado relembrando fatos do dia de ontem. Sinto-me feliz pelo evento, mas receoso para a partida de uma amigo. Fecho os olhos e, como uma brincadeira, monto um quebra cabeça:
Blitz. Ligações. Noites passadas. Itanhangá. Cadeado. 13 toneladas. Preparação. Mais ligações. Dinheiro. Henrique. Correria. Luz negra. Mesa - pra lá e pra cá. Televisão. Frutas. Gelo. Lixos. Tochas. Luz que pisca. Lista. Bar Man. Cerveja. Vodka. 36. Sidney. João. Salgadinhos. Seguranças. Prisão. Portaria. Abre portão. Fecha portão. Primeiros convidados. Apreensão. Banho. Sabonete roxo. Frio. Chinelo. Edgar. Correria. Lista. seiscentos e ... Abre portão. Taxis. Carros. Dinheiro. Bento. Canta pneu. Festa ganhando corpo. Banheiros. Estoque. Piscina. Radio motorola. Fulano XX. Siclana YY. Beltranho WW... Risos. Cansaço. Conhecidos. Desconhecidos. Lia. Policial. Telefone. Eytan. Sem estoque. EXTRA. Corrida de carrinhos. Bebidas. Polvilho. Rápidas conversas. Rápidas despedidas. Olhares. Bar. Gelo. Gelo. Bar. Barra. Sóbrio. 1079. 50 por hora. Posto. Correria. Lama. Latinhas. 2 caipirinhas. Pista. Funk. Tocha. Mãos. Amigos. Calor. Cheiro bom. Menos frutas. Menos vodka. Mais compras. Brigas. Sanduíche de atum. Final. Abraços. Despedidas. Taxis. Andar cansado. Sofás vazios. Dormir sentado. Amanhecer do dia. Arrumação. 5 pessoas. Vassoura. Água. Cansaço. Risadas. Terra. Peso. Dedos machucados. Escada. Mais latinhas. China Box. Sofás. Abelhas assassinas. Sujeira. Amizade. 5 minutos de pausa. Biscoitinho da sorte. Cueca Fit. Rodo. Histórias. Mulheres. Trabalho. Vira-lata/saco. Raquete. Limpeza do banheiro masculino. Sacos e mais sacos pretos. Tinas. Bota. Nota perdida. Graça pela situação. Volta da televisão. Paredes sujas. Escada. Chafariz. Alarmes ativados. Carro. Aeroporto. Viagem. Viagem. Uma festa que passou, uma despedida que há por vir.
Blitz. Ligações. Noites passadas. Itanhangá. Cadeado. 13 toneladas. Preparação. Mais ligações. Dinheiro. Henrique. Correria. Luz negra. Mesa - pra lá e pra cá. Televisão. Frutas. Gelo. Lixos. Tochas. Luz que pisca. Lista. Bar Man. Cerveja. Vodka. 36. Sidney. João. Salgadinhos. Seguranças. Prisão. Portaria. Abre portão. Fecha portão. Primeiros convidados. Apreensão. Banho. Sabonete roxo. Frio. Chinelo. Edgar. Correria. Lista. seiscentos e ... Abre portão. Taxis. Carros. Dinheiro. Bento. Canta pneu. Festa ganhando corpo. Banheiros. Estoque. Piscina. Radio motorola. Fulano XX. Siclana YY. Beltranho WW... Risos. Cansaço. Conhecidos. Desconhecidos. Lia. Policial. Telefone. Eytan. Sem estoque. EXTRA. Corrida de carrinhos. Bebidas. Polvilho. Rápidas conversas. Rápidas despedidas. Olhares. Bar. Gelo. Gelo. Bar. Barra. Sóbrio. 1079. 50 por hora. Posto. Correria. Lama. Latinhas. 2 caipirinhas. Pista. Funk. Tocha. Mãos. Amigos. Calor. Cheiro bom. Menos frutas. Menos vodka. Mais compras. Brigas. Sanduíche de atum. Final. Abraços. Despedidas. Taxis. Andar cansado. Sofás vazios. Dormir sentado. Amanhecer do dia. Arrumação. 5 pessoas. Vassoura. Água. Cansaço. Risadas. Terra. Peso. Dedos machucados. Escada. Mais latinhas. China Box. Sofás. Abelhas assassinas. Sujeira. Amizade. 5 minutos de pausa. Biscoitinho da sorte. Cueca Fit. Rodo. Histórias. Mulheres. Trabalho. Vira-lata/saco. Raquete. Limpeza do banheiro masculino. Sacos e mais sacos pretos. Tinas. Bota. Nota perdida. Graça pela situação. Volta da televisão. Paredes sujas. Escada. Chafariz. Alarmes ativados. Carro. Aeroporto. Viagem. Viagem. Uma festa que passou, uma despedida que há por vir.
domingo, 5 de julho de 2009
I . um dos começos.
"...começa então a sucessão de demoras. Primeiro João perde o ticket e não consegue, em um primeiro momento, passar na roleta - desenroles feito pelo Edgar fez ele passar de graça. Depois saímos no meio da rua e começamos a correr para achar a estação central, o tempo do check-in já tinha acabado fazia 10 minutos. Desesperados, acabamos encontrando o lugar; entramos; e suados sentamos a caminho de Paris." (trecho do diaria de viagem, 03/02/07)
O destino agora é Toulouse e, além de ser outra cidade, o espírito e medos são outros. Pode parecer uma grande mudança na vida de alguém sair de seu país e se aventurar em outro, mas o que viveu-se até o momento ainda continuará no que se vive, vive, vive. Crio esse espaço para termos um olhar para dentro de cada um de nós, um olhar que não mede o volume do oceano que não demora a nos separar. Pessoas virtuosas tem diversos começos. Esse é um deles.
Vamos se jogar de pé, braço, joelho, barriga e cabeça.
Merde!
O destino agora é Toulouse e, além de ser outra cidade, o espírito e medos são outros. Pode parecer uma grande mudança na vida de alguém sair de seu país e se aventurar em outro, mas o que viveu-se até o momento ainda continuará no que se vive, vive, vive. Crio esse espaço para termos um olhar para dentro de cada um de nós, um olhar que não mede o volume do oceano que não demora a nos separar. Pessoas virtuosas tem diversos começos. Esse é um deles.
Vamos se jogar de pé, braço, joelho, barriga e cabeça.
Merde!
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